A importância da socialização dos cães por meio da educação

Assim como os humanos vivem em família e comunidade, os cães – que são uma subespécie do lobo – agem como se até hoje vivessem em matilhas. Por pensar que ainda precisam descobrir (e ocupar) seu lugar nessa “matilha” alguns cães não entendem que o líder é o humano e tentam comandar a matilha/família.

Tudo bem se o peludo tem dois ou cinco quilos e se acha o dono da casa. Mas se ele tiver 50 quilos, o que fazer? Leila Amâncio viveu esse dilema, com seu Golden Retriver Leleco, que tem até uma comunidade no facebook, veja aqui.

Em meio às brincadeiras, ele rosnava e até mordia. Enquanto era filhote achavam graça e até riam, pois ele não representava risco para ninguém. Mas o pequeno cresceu, e muito!

Leleco, cão adestrado por Alexandre | Foto: Facebook do Leleco

Em meio a dois gatos e a cachorrinha Lilica, Leleco continuou brincando, rosnando e mordendo as pessoas da casa. A brincadeira de mordidas “inconseqüentes” só acabou no dia em que Leleco mordeu o pai de Leila. Depois dessa, os parentes de Leila pediram que ela sacrificasse Leleco, primeira atitude que vem à cabeça de alguns humanos.

O amor de Leila por seu cão prevaleceu e a alternativa de matar o companheiro foi descartada. “Eu via na televisão que ele era capaz de ajudar qualquer humano desesperado para salvar seu cão e recorri a ele”, contou Leila, se referindo a zootecnista e adestrador Alexandre Rossi, mais conhecido com o Dr. Pet.

Alexandre aceitou o grande desafio!  “Quando fui conhecer o Leleco percebi que era ele que mandava na família. As pessoas da casa tinham medo dele e por isso não conseguiam o controlar”, afirmou Rossi, lembrando que esse foi um dos casos de adestramento mais difícil que teve.

Alexandre e Estopinha | Foto: Divulgação Cão Cidadão

“Após alguns ataques e mordidas, através do adestramento intensivo (de 15 dias), consegui domar e reintegrar Leleco na família”, comemorou o Dr. Pet, que contou com a ajuda da sua filhota canina, a famosa Estopinha.

O caso de Leleco é muito comum, mas a culpa não é do cão e sim do dono, que não mostra ao peludo (desde o início) que o líder é o homem e não o cão. Se o seu bichinho de estimação também não sabe qual é a posição dele na casa; não bata, não grite e jamais pense em sacrificá-lo; procure a ajuda de um adestrador.

“O adestramento deixa o cão sabido e ajuda melhor a relação do dono com o pet”, afirmou Rossi, lembrando que o adestramento é baseado em reforços positivos e na valorização das atitudes corretas do bichinho. “Através do adestramento impomos limites e se o pet obedece é recompensado, seja com um petisco ou elogio”, explicou.

Alexadre Rossi ainda ressaltou que a participação do dono no dia a dia e no adestramento dos bichinhos de estimação é fundamental. “O dono precisa acompanhar e participar para entender e saber como funciona, pois quando o adestramento do profissional acabar, é ele mesmo que vai continuar com a educação do pet”.

O especialista em comportamento animal ainda deu uma dica: “O dono precisa descobrir o que o cachorro gosta de fazer e com o que gosta de brincar, para ele não se distrair com outros objetos da casa. É importante estimular ações positivas e prestar atenção no que ele gosta e faz.”

Outras dicas sobre como melhorar sua relação com o pet estão no site da Cão Cidadão. Criada em 1998 por Alexandre Rossi, a Cão Cidadão é uma empresa especializada em adestramento em domicílio e em consultas de comportamento.

O objetivo é melhorar a integração do cão na família e na sociedade, por meio da educação. Todos os profissionais são treinados e constantemente avaliados. A Cão Cidadão ainda promove cursos, palestras, workshops e eventos com foco nos profissionais que atuam na área a proprietários interessados em compreender e a educar o bichinho de estimação.

A relação entre você e seu cão é determinada e incentivada por você!

Foto de capa: pixabay

Por Juliana Bannach

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