Crise no Brasil afeta até os cães

Além da greve dos caminhoneiros, falta de combustíveis, animais morrendo de fome sem ração ou dentro de caminhões bloqueados nas estradas do país, uma palavra tem feito cada vez mais parte da rotina dos brasileiros: “Recessão”. Com um significado nada agradável, ela resume a crise instalada no país, que tende demorar a passar. Os impactos são sentidos dia-a-dia no bolso da população.

Em meio a crise e recessão, o primeiro corte para conter as despesas, são as doações. Motivo esse que tem levado muitas entidades que abrigam e protegem cães e gatos abandonados – e que sobrevivem das doações – a buscarem soluções para que as contas continuem em dia. A maioria delas tem promovido eventos para complementar a renda e garantir o lar, alimentação e saúde dos cães que abrigam.

O bingo tem sido o evento preferido pelos protetores. Os participantes com sorte, além de ajudar os vira-latas, ainda levam para casa prêmios como TVs, fornos, bicicletas, aparelhos de som, entre outros produtos novos, que são doados por voluntários. Com a alta dos custos impactando também o setor produtivo, que sofre com os novos valores na energia elétrica, tributação e juros, a maioria dos produtos no Brasil está cada vez mais cara. Ganhar um prêmio tem sido motivo de comemoração, pois se o produto não tem utilidade em casa, é revendido.

Além dos prêmios, o bingo promove a interação das pessoas que lutam, e se identificam, pela causa dos animais; e divulgam histórias e fotos dos cães que precisam de um novo lar. Alguns pets estampam canecas, camisetas e adesivos que também podem ser adquiridos nos eventos.

As roupas e acessórios usados que são doados para as entidades são vendidos em bazares e os produtos novos são sorteadas em rifas, contribuindo com o orçamento. Falando em roupas, algumas protetoras independentes produzem e vendem roupas para pets.

Mesmo com tantas ações, as contas continuam no vermelho. A Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC) abriga muitos cães, a maioria são vira-latas. Desde o início da crise a entidade registrou queda de 1/3 nas doações, e no sentido inverso, as contas aumentaram.

Com a crise que atinge todos os setores, aqueles que querem colaborar com a causa dos animais podem ajudar sem colocar a mão no bolso, doando algo mais precioso, o tempo. Os abrigos precisam de voluntários para ajudar nos eventos, transportar, dar banhos, passear, e principalmente, doar atenção e carinho aos cães.

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