Abril Laranja – “Projeto Ajudei” realiza ações em prol do bem-estar dos pets

Diz o ditado que o “cão é o melhor amigo do homem” e será que isso é recíproco? De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 62% das casas do país já têm pelo menos um cachorro ou gato, o que equivale a 40,4 milhões de residências.

Segundo a pesquisa realizada no ano de 2015, o cão é o pet mais presente e está em 55% das casas brasileiras, enquanto os gatos estão a seguir, aparecendo em 21% delas. Estima-se que em domicílios brasileiros a população de cachorros seja de cerca de 52 milhões e cerca de 22 milhões de gatos.

Mesmo com tantos animais em lares, a realidade do abandono é quase equivalente.

Em 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que no país cerca de 30 milhões de animais estão abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães.

 

Muitos destes cães e gatos que se encontram nas ruas precisam conviver diariamente com a violência, a fome e a falta de abrigo. E foi por este motivo que Aurelio Aguiar e Cler Baldo fundaram, em 2014, o “Projeto Ajudei”.

“Eu e a Cler Baldo, realizamos nosso ‘primeiro resgate’ há 12 anos atrás. Sempre pegávamos cães nas ruas e, após cuidar, levávamos aos aviários para adoção. Posteriormente, a Proteção Animal surgiu de uma maneira organizada e fomos integrar um outro grupo já existente, mas acabamos saindo por não concordar com a postura e atitudes realizadas. Então fundamos o Projeto Ajudei”, conta o presidente e fundador do Projeto, Aurelio Aguiar.

Constituído como ONG em 2017, o objetivo inicial era ajudar outras pessoas que também resgatavam cães, com campanhas, criando produtos para a venda e a renda revertida.

“Mudamos o foco após verificarmos várias coisas que não estávamos de acordo. Retornamos nossas atenções para os nossos resgatados e fomos ampliando as ações”, conta Aguiar.

O “Projeto Ajudei” conta com uma diretoria composta por cinco pessoas (Aurelio Aguiar – presidente; Cler Baldo – tesoureira; Adriane Pereira – secretária; Karina Klock – vice-presidente e Silmara Anconi – 2ª secretária) e aproximadamente 20 voluntários, além das pessoas que participam constantemente dos eventos.

No momento, a ONG está com 107 cães e oito gatos. Também ajudam com envio de ração e medicamentos para animais semi-domiciliados que somam 22 cães.

Entre as atividades realizadas estão os eventos de adoção, ações educativas com palestras em parceria com clínicas veterinárias e mutirões de saúde animal e castração com valores acessíveis. Além disso, os recursos são provenientes da venda de produtos realizada nas Lojinhas Ajudei, vendas de rifas, doações diversas.

“Não contamos com a ajuda do poder público, por isso precisamos da colaboração da comunidade. Hoje nossas maiores necessidades são financeiras. Muitos cães em hospedagem, pois não temos abrigo próprio, pendências em clínicas veterinárias. Fora isso, a ração é prioridade”, relata o presidente da ONG, Aurelio Aguiar.

Atualmente, eles atuam em Curitiba e Região Metropolitana. Desde a criação do Projeto, 400 pets foram adotados. “Em nossas redes sociais sempre postamos as retrospectivas das adoções”, diz Aurelio.

Aguiar, ainda ressalta que o maior desafio é conscientizar a população de que animal não é objeto. “Os animais merecem todos os cuidados e atenção necessários, além disso, a raça não define comportamento, fazer as pessoas entenderem isso é um grande desafio. Também, dentre as nossas dificuldades, está arrecadar recursos para manter o bem-estar dos animais resgatados, envolver o poder público em ações realmente eficazes e conscientizar a população em geral”.

Resgate

Entre as várias histórias marcantes de animais resgatados pelo “Projeto Ajudei”, Aurelio conta que a do cão Shazan foi a mais impactante.

“Resgatado em Colombo, no posto de gasolina em frente à Igreja (ao lado da Câmara Municipal), o cãozinho estava sendo comido vivo por bichos. Foram retirados mais de 700 bichos dele, não deixava ninguém se aproximar, para cuidar do ferimento, precisávamos colocar mordaça nele e sair correndo. O tempo foi passando e ele aprendeu a ser um cão. No Facebook contamos toda a história dele, tem um álbum de fotos do Shazan e os posts diários, com vários episódios, onde íamos detalhando sua evolução. Vale a leitura”.

Adoção

Para os interessados em realizar adoções existem os eventos presenciais que são divulgados nas redes sociais da ONG. Além disso, eles também realizam entrevistas pelo WhatsApp.

“Para liberarmos o pet para adoção, precisamos ter a certeza de que ele terá uma vida digna, com amor, espaço e atenção. Através das entrevistas verificamos estas condições e muitas vezes indicamos outro animal ou negamos à adoção, de acordo com o perfil e condições do interessado”, ressalta Aurelio Aguiar.

O presidente do “Projeto Ajudei”, ainda completa que é preciso lembrar que um animal estará com o dono por 10 anos ou mais. “Conscientização e respeito! Isso que os animais precisam. Eles demonstram dia a dia, sua inteligência, seu amor, e respeito. Vários estudos científicos já comprovaram isso. Também não queira um pet apenas pela raça, ou para aparecer, lembre-se, que ele será seu companheiro por muitos anos e nunca deixará de estar a seu lado. Você pode até não gostar de animais, mas, isso não te dá o direito de ser cruel com eles. Faça diferente, seja a mudança!”, finaliza.

Quer conhecer a ONG ou realizar doações?
Acesse: www.facebook.com/projetoajudei  ou http://projetoajudei.com.br.

Por Vanessa Guerra – Jornalista
Imagens: Arquivo pessoal

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