Clínica permite que pets internados tenham acompanhantes

Dia 11 dezembro de 2018 perdi minha filha de quatro patas e meu maior sofrimento foi não poder ter estado com ela nas suas últimas horas de vida, pois o hospital veterinário não permitiu que eu ficasse com ela fora do horário de vista.

Em 16 anos, minha Wenddy e eu, sempre estivemos juntas nos momentos de felicidade e de dificuldade, ela nunca ficou numa gaiola em sua vida inteira,  mas infelizmente ELA PASSOU SUAS ÚLTIMAS HORAS E FALECEU DENTRO DE UMA GAIOLA, LONGE DE SUA FAMÍLIA. ISSO DÓI MUITO, ATÉ HOJE.

Mas felizmente essa situação está prestes a acabar, pois alguns hospitais veterinários estão disponibilizando espaços para que os tutores acompanhem seus pets na hora que eles mais precisam.

A clínica Intergávea, no Rio de Janeiro, encontrou uma solução: montou uma suíte – com direito a frigobar, ar-condicionado e TV a cabo – para que o tutor não precise ir embora e possa fazer companhia ao seu pet 24h por dia, se quiser. A veterinária Andréia Rzezinski é a responsável pela internação nessa clínica.

Veterinária que criou a suíte do acompanhante com sua cadelaAté o ano passado, Andréia trabalhava em um espaço menor. Ela via na recepção proprietários que não conseguiam ficar em casa, longe de seus cães e gatos. “Era comum ficarem lá, sentados, aguardando o horário das duas visitas diárias. Me lembro de uma senhora que chegava pela manhã e só ia embora à noite, quando a clínica fechava. Queria estar perto”, conta a veterinária.

Andréia tem três cachorros e um gatinho ainda filhote, que acabou de resgatar. Ao ver estas pessoas na recepção, pensava em sua mais velha, Mel, já com 17 anos. Imaginava que se algum dia ela também fosse internada, gostaria de ficar junto dela. “Eu sabia de algumas clínicas em São Paulo que permitiam ao acompanhante ficar em poltronas, ao lado da ‘gaiolinha’ onde está o cão ou gato, mas achava desconfortável”, disse.

‘Internação animalizada’

Em setembro do ano passado, a clínica onde trabalha se mudou para um espaço maior. Foi a chance de colocar seu desejo em prática. Ao lado da sala de internação, onde há 26 leitos comuns para cães e seis para gatos, ela construiu a suíte do acompanhante – a primeira deste tipo no Rio e, possivelmente, no Brasil todo.

Benefícios à saúde

Muitos veterinários disseram que Andréia era louca por permitir aos proprietários que vivessem de perto a internação. Advertiam que os donos, aflitos, iriam fazer solicitações a cada minuto. “Mas não vejo isso. Aliás, o proprietário por perto às vezes até facilita o meu trabalho”, diz a veterinária.

Proprietária na suíte do acompanhante em clínica veterináriaPra comprovar, ela menciona a internação de Babi, uma schnauzer com diabetes e problemas renais que veio de Juiz de Fora (MG) para se tratar no Rio. Babi precisava comer de três em três horas e passear na rua várias vezes ao dia para fazer xixi, algo complicado na rotina de uma clínica.

“A dona, Rosi, ficou aqui durante toda a internação, que durou mais de dez dias. Ela tinha uma paciência incrível! Fazia a comida natural em uma panela elétrica e, andando atrás de Babi pelo quarto, ia dando bolinhas na boca, uma a uma. E toda hora, até mesmo durante a madrugada, descia para a cachorrinha fazer suas necessidades”, lembra Andréia.

No meio deste período, a Babi precisou fazer hemodiálise e foi transferida por três dias para outra clínica, sem a companhia da dona. “Ela se descompensou toda: não comia e, como só aceitava fazer o xixi na rua, prendeu tanto no leito que ficou com pressão alta e aumento da frequência respiratória por dor e desconforto”, conta a veterinária.

Babi superou mais esta e voltou após as sessões de hemodiálise para terminar de se tratar por mais alguns dias na suíte da Intergávea. E, antes que perguntem: sim! Babi está bem, já em Juiz de Fora.

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Andréia ressalta que nem todos os pets podem ficar internados na suíte. Tanto cães quanto gatos precisam estar estáveis, sem a necessidade de monitoramento constante de pressão ou frequência cardíaca com o uso de aparelhos. E, mesmo na suíte, alguns procedimentos precisam ser feitos na sala de internação.

“Por exemplo, tivemos um cachorro que precisou fazer transfusão de sangue. Levamos para dentro da sala de internação no início para acompanhar todos os parâmetros clínicos. Como estava bem, voltou para a suíte e terminou o procedimento ao lado dos donos”, conta Andreia.

Quem ama não abandona, quem ama cuida, quem ama acompanha!

Clínica Intergávea
Rua Jardim Botânico, 534.
Tel: (21)2294-1681

Fonte e imagens: Rio de boas Notícias

Por Juliana Bannach

 

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